Com empacotadores, vendedores e heróis, Auckland City desafia gigantes no Mundial 3u7052
Time amador da Nova Zelândia encara o Bayern. Vencimento semanal de Kane paga 4 anos de salários de 30 jogadores, todos com empregos paralelos o1e3h
Conor Tracey, durante a semana, é empacotador. Ele opera uma empilhadeira numa empresa de medicamentos veterinários em Auckland, na Nova Zelândia. Trabalha oito horas por dia. E o que isso tem a ver com futebol? Bem, nos fins de semana, ele bate sua bolinha com os companheiros do time do Auckland City, que joga na liga amadora neo-zelandeza. 5v6c3z
Este time é um dos mais tradicionais do país, ganhou 12 campeonatos nacionais e 13 Champions da Oceania (é o atual tetracampeão). Por isso, vai jogar o Mundial. Estreia no início da tarde deste domingo (15/6), às 13h (de Brasília). Enfim, Tracey e seus companheiros — todos eles com outros trabalhos para garantir o salário no fim do mês — irão enfrentar, simplesmente, o Bayern de Munique, pelo Grupo C do Mundial de Clubes.
Aliás, o Auckland City vai para este Mundial com o status de única equipe não profissional na competição. Se Tracey é empacotador, o time conta com um representante de vendas, alguns funcionários públicos, outros auxiliares istrativos.
"O futebol não é um dos esportes mais populares do país. O que ganhamos para jogar no Blues Navy é uma ajuda que mal paga a gasolina", brinca Tracey em entrevista ao ABC News, da Austrália. Em tempo: Blues Navy (Marinheiros azuis) é o apelido do time.
Confira aqui as mascotes dos times do Mundial, em IA. A do Auckland City é surpreendente
Diferenças salariais entre Auckland e Bayern 2ud2t
Não é nenhuma mentira. Cada jogador do Auckland City ganha o equivalente a US$ 90 dólares por semana. Isso dá R$ 500. Para efeito de comparação, Harry Kane ganha R$ 3 milhões por semana. Assim, se pegarmos o que ganham os 30 jogadores amadores que defendem o time, todos somados, precisariam de quase 4 anos para ganhar o que Kane recebe em uma única semana.
Mas isso pouco importa para Tracey e seus colegas. Aliás, a preocupação maior é que a participação no Mundial de Clubes não seja motivo para perda do emprego de empacotador.
"Claro que ninguém aqui vai reclamar de enfrentar o Bayern ou os outros adversários do grupo, Benfica e Boca Juniors. Mas normalmente, por causa do futebol, ficamos pelo menos dois meses fora de nossos empregos, pois jogamos o Mundial, a Champions e o Interclubes. É certo que estamos representando nosso país, mas nossos chefes torcem o nariz e mordem a língua", diz o goleiro, que defende o Auckland desde 2017.
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Para fazer o melhor 6v2z4h
"O que queremos é nos orgulhar do que viemos fazer e voltar para casa sem arrependimentos, cientes de que fizemos o nosso melhor", disse Angus Kilkolly, artilheiro da equipe, que ostenta a marca de 71 gols em 187 jogos pela equipe
Kilkolly, nas horas vagas, joga futebol e faz gols, mas seu ofício principal é vender ferramentas, como furadeiras, aos seus clientes. Ele vai para os Estados Unidos como a esperança de gols de um time que pode ser amador, mas que é campeoníssimo. Afinal, são 12 Ligas da Nova Zelândia e 13 Champions da Oceania (10 em 12 anos), sendo que é o atual tetracampeão.
Aliás, o antigo Mundial — hoje Interclubes, aquele que Flamengo e Palmeiras perderam para Liverpool e Chelsea —, em sete oportunidades viu o Auckland como o representante da Oceania. Em 2014, até ganhou um jogo. Bem, experiência internacional a turma tem.
"Muitos em nosso país veem o futebol como um hobby nosso e sabem que fazemos isso no fim de semana, mas definitivamente não acho que saibam a extensão do que é jogar um Mundial de Clubes diante dos maiores do mundo", finalizou Kilkolly.
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