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Um ano de enchentes no RS: relembre como a tragédia climática gerou crise de desinformação 6s1z4l

POSTAGENS FALSAS E ENGANOSAS IMPACTARAM OPERAÇÕES DE RESGATE E DOAÇÕES, ALÉM DE GERAR PÂNICO GENERALIZADO; 'VERIFICA' PUBLICOU MAIS DE 100 CHECAGENS SOBRE O ASSUNTO 1e1j6k

1 mai 2025 - 09h36
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Maior tragédia climática do Rio Grande do Sul, as enchentes que assolaram o Estado em maio do ano ado foram o ponto de início para uma campanha massiva de desinformação nas redes sociais. Entre os dias 6 de maio e 24 de junho, o Estadão Verifica publicou 105 checagens sobre o tema. 4f2n2w

A tragédia ambiental evidenciou que postagens falsas e enganosas têm impactos na realidade. Publicações com alegações mentirosas incitaram pânico e prejudicaram a população local, ao atrapalhar operações de resgate e doações.

Relembre abaixo as narrativas de desinformação usadas no período.

Caminhões com doações barrados

Uma das principais narrativas enganosas impulsionadas à época era a de que caminhões com doações para vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul teriam sido barrados para cobrança de nota fiscal e pagamento do imposto estadual ICMS. Em diferentes casos, as postagens distorciam vídeos de abordagens em postos fiscais.

O Verifica mostrou que as autoridades negaram a existência de ações que impedissem o transporte de doações para os municípios atingidos pelas chuvas. A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) informou que alguns veículos foram parados por excesso de peso, mas todos seguiram viagem após a constatação de que transportavam donativos.

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Número de mortos e desaparecidos

A tragédia climática causou 184 mortes, segundo o balanço da Defesa Civil do Estado divulgado em 24 de abril deste ano. Peças de desinformação nas redes sociais, no entanto, aumentaram o número de morto e desaparecidos.

As publicações compartilhavam números exorbitantes, que não tinham respaldo em dados oficiais. Conteúdos checados mentiam, por exemplo, ao afirmar que 20 mil pessoas estariam desaparecidas em Canoas - os dados da Defesa Civil à época apontavam que o número real era 12.

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Boatos sobre resgate e ajuda humanitária

Outra narrativa impulsionada nas redes sociais era a de que os governos não teriam feito nenhum esforço para resgatar vítimas, ou até mesmo que teriam conspirado para prejudicar as ações. Diferentemente do que afirmavam esses conteúdos, as esferas federal, estadual e municipais se mobilizaram em operações para ajudar os civis.

Diferentes publicações acusavam o Exército de negar socorro às vítimas. Como exemplo, usavam vídeos descontextualizados de soldados olhando seus celulares ou comendo lanches.

Na realidade, a operação Taquari 2, do Exército, empregou mais de 10 mil militares, além do apoio de botes, helicópteros, blindados e viaturas. Na época, o comando da operação explicou ao Verifica que as ações auxiliaram no resgate de famílias e animais, distribuição de alimentos e donativos e limpeza e desobstrução de vias.

Outra afirmação mentirosa que circulava nas redes era a de que as doações teriam sido desviadas por grupos de voluntários e órgãos públicos. Uma das postagens checadas dizia que uma escola de Canoas teria negado comida e roupas para quem necessitava. Na realidade, a orientação era dar prioridade aos abrigados que estavam pernoitando no colégio.

O Verifica também desmentiu que a prefeitura de Canoas teria editado um decreto para permitir o confisco de doações. Na verdade, o Decreto 174 determinou a requisição istrativa de bens como colchões, cobertores e produtos de higiene. A medida teve como objetivo acelerar a entrega de insumos às vítimas das enchentes.

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Conspirações sobre causas da enchente

O núcleo de checagem do Estadão desmentiu uma série de postagens que rejeitavam os efeitos das mudanças climáticas na tragédia ambiental. Negacionistas colocaram a culpa das enchentes, por exemplo, no show da Madonna no Rio de Janeiro e no Plano Marshall, um programa de ajuda financeira dos Estados Unidos para reconstrução de países após a 2ª Guerra Mundial.

À época, especialistas ressaltaram que as mudanças climáticas, provocadas pelo aquecimento global, potencializaram as enchentes que assolaram o Estado. O agravamento da crise climática, no entanto, foi ignorado nas redes sociais para dar espaço a teorias conspiratórias.

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Uso de IA para criar imagens da tragédia

O uso de inteligência artificial para retratar cenas da catástrofe climática foi um recurso comum durante o período. Como mostrou o Verifica, especialistas alertaram que o exagero no uso da ferramenta poderia alterar a percepção da realidade.

As áreas atingidas pela água foram fotografadas por veículos de imprensa, órgãos do governo, equipes de resgate e grupos de voluntários. Ainda assim, postagens virais compartilhavam mídias criadas digitalmente, muitas vezes com cenários incompatíveis com a realidade, como centenas de corpos na enchente e até mesmo bebês boiando.

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Estadão
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